Distante Amor

Viver o amor à distância,

É a mais dura prova,

Luta pela sobrevivência,
Cada dia uma acção nova.

Só acredita ser impossível...

Quem jamais saberá lidar,

Com um sentimento louco,

Saber fazer dele um pilar,

Que suporta a distância, sem vacilar,

Que encara o teste da vida,

Com a força desse amor,

Que a distância não fará fraquejar!

Distância serve também,

Para acalmar nossas dores,

O espaço que a distância tem,

Para oferecer seus sabores,

O coração num vaivém, 

Onde a dor não tem valores,

E segue os passos de alguém,

Para unir nossos amores!

Parco e ténue é o espaço,

que hoje nos distancia,

Hoje cruelmente separados,

Mas amanhã…que será?

Que mais, do que um novo dia!

Quem realmente ama,

É no coração que vive,

E quando ele nos chama,

Como o coração não pára,

A união já  nos reclama,

A saudade já nos ampara,

Merece o néctar da fama,

Quem ergue tão alta a Chama!

A. Victorino

REGRESSO!

Regresso pois alguém por mim chamou,

Outra vontade de longe se expandiu,

Num barco antigo que no mar surgiu,

E longínquo espaço aqui se visionou!

Com forte responso em mim pousou,

O mar que até agora me encobriu,

Em vaga de espuma me expeliu,

Para a praia que um dia me albergou!

De azul e branco, por esta mistura,

Originou ele assim desta incerteza,

Um futuro em que o sonho se aventura.

Regresso, liberta e com firmeza,

Do mundo obscuro da escravatura,

Da condenação à eterna tristeza!

A. Victorino

Adeus ou Até Sempre

A todos os meus seguidores e amigos venho informar que, provavelmente, me ausentarei definitiva ou indefinidamente.

Obrigada pelos comentários de incentivo, pelo carinho e pela amizade ....

Se voltar, serão todos visitados.

Até lá....

Está tudo ainda na base das hipóteses.

Façam o favor de tentar ser felizes, que eu vou procurar o mesmo!!

Beijinhos a todos e o meu Mu@@@@@@@@@@@@

Aurora Boreal

Naquele momento eu não me esqueci,

De quão vazio tudo me surgiu do nada,

Quão vazio se foi e eu sofri calada,

Aquele mau tempo em que fui enganada,

Pela minha ternura com asas de sangue nú

Sem olhos para lembrar as ansiedades de idade,

Nem lábios para pegar o suco de violência

Perdida na canção de alegre sobrevivência!

Amparei-me em minha alma de garota cega,

Abanei o cabelo geado pelo fogo,

Acariciei a pequena estátua de terror,

Repisei o mundo convulsionado a meus pés,

Onde as andorinhas morrem em seu palmarés,

Tremendo de medo sobre o futuro invernoso,

Eu grito à brisa  trazida pelo meu mar,

Humedeço as palavras que sei conjugar,

Vale a pena viver para recomeçar a amar!

Mas que nada suado poderá derrotar,

O destino escondido em caverna sem ar,

Sem mãos para sempre, sem mãos para dar,

Mas eu dei-me as mãos, esperando ainda, 

Pois a  terra está cheia do sopro do dia,

Nem o céu obscurece qualquer de suas estrelas,

Porque nele brilha a lua, e sorri ao vê-las!

Meu coração outrora escondido e só,

Angustiado e triste com a escuridão do dia,

Hoje, brilha em tudo e até desafia,

A preguiça vaga em que o esforço fracassa, 

Está caindo no mundo um descanso humano, 

Aguarda ... , balsâmica a doce calma, 

Que vem devagarinho quando cai o pano,

Conseguindo evitar esse ruído mundano, 

A luz hoje é farta e irradia a alma!

A. Victorino

Sentir do amor!

Quero que seja para mim,

Teu sorriso ao acordar,

Quero continuar assim,

A ver o primeiro olhar.

Teus lábios a sussurrar,

Teus gestos de que fiz culto,

Tuas falhas perfilhar,

Nos sonhos pelos quais luto!

Tuas lágrimas vão fluir,

salgadas nesse teu mar,

Para quê tentar fugir,

Se vibras com meu “amar”?

Quem dera ser a coberta,

Do teu peito em adultério,

Beijar a porta entreaberta

Da tua boca… um mistério!

Quem dera ser a verdade,

Clara, da cor do marfim

Com que brindo a lealdade

Quando te entregas a mim!

Quisera contar-te tanto,

Abrir meu ser já perdido,

Sente-me tua em teu pranto,

SOU TEU ÚLTIMO SENTIDO!!!

A.Victorino

A Dança do Coração

Hoje meu coração tem a leveza da luz, 

claro e cintilante como  brilho de praia/mar,

em tardes serenas e noites de quente luar,

Agarro o meu sol da cor do ouro que me seduz! 

Meu coração vermelho, dança a valsa da minha vida,

Com luminescência de amante estrela em vento leste , 

Hoje meu peito entreabre os desejos com que se veste,

Ouvindo ao longe aquela música nunca esquecida!

Tapam-me os céus, de primeira hora da madrugada,

O vento flui em busca de sonhos que o destino acalenta,

Dedos apontam, entretecendo caminhos de encruzilhada,

Braços enlaçam destinos calmos de água parada, 

A dança dos Deuses de meu corpo hirto se alimenta,

Num séquito louco de uma encarnação tão renovada!

A.  Victorino

Meio...MEIO MEU!

Quisera eu te colocar dentro do meu corpo,

E ir comigo onde sabia que querias ir,

E dizer as palavras que em ti são só um sopro

Queria abrigar-me em tua calma, e não partir!

Queria sentir-te sempre, e cada vez mais em mim,

Esquecer de vez que um dia houve solidão,

Ver o mundo que se abriu nesse teu olhar sem fim,

Quisera que nossas histórias confluíssem em paixão!

Queria te resguardar a ti de todo o mal e perigo,

Que fosses de mim, meio pai, meio filho, meio por meio

Porque meio de mim mesma, já és neste nosso abrigo,

Porque me tens contigo, desta vez inteira e sem receio!!

Queria olhar-te nos olhos e encontrar aquele brilho,

Que sempre vejo e amo nas horas de eminente saudade,

Queria ter-te assim, preso em mim, mas sem cadilho,

E que o meu e o teu "SEMPRE", sobrassem na eternidade!

A. Victorino