Naquele momento eu não me esqueci,
De quão vazio tudo me surgiu do nada,
Quão vazio se foi e eu sofri calada,
Aquele mau tempo em que fui enganada,
Pela minha ternura com asas de sangue nú
Sem olhos para lembrar as ansiedades de idade,
Nem lábios para pegar o suco de violência
Perdida na canção de alegre sobrevivência!
Amparei-me em minha alma de garota cega,
Abanei o cabelo geado pelo fogo,
Acariciei a pequena estátua de terror,
Repisei o mundo convulsionado a meus pés,
Onde as andorinhas morrem em seu palmarés,
Tremendo de medo sobre o futuro invernoso,
Eu grito à brisa trazida pelo meu mar,
Humedeço as palavras que sei conjugar,
Vale a pena viver para recomeçar a amar!
Mas que nada suado poderá derrotar,
O destino escondido em caverna sem ar,
Sem mãos para sempre, sem mãos para dar,
Mas eu dei-me as mãos, esperando ainda,
Pois a terra está cheia do sopro do dia,
Nem o céu obscurece qualquer de suas estrelas,
Porque nele brilha a lua, e sorri ao vê-las!
Meu coração outrora escondido e só,
Angustiado e triste com a escuridão do dia,
Hoje, brilha em tudo e até desafia,
A preguiça vaga em que o esforço fracassa,
Está caindo no mundo um descanso humano,
Aguarda ... , balsâmica a doce calma,
Que vem devagarinho quando cai o pano,
Conseguindo evitar esse ruído mundano,
A luz hoje é farta e irradia a alma!
A. Victorino
3 comentários:
Muito interessante, o poema...A luz irradia, é bom sinal! Ana paula, vou-te adicionar no youtube, tá? ;)
besito
;)
Obrigada amiguinha. Claro que podes adicionar-me...é um prazer....Besito em ti!!! ;)
Ana querida amiga...
Sempre que te leio é como já sabes; uma excelente prova dos teus dons poéticos... Uma maravilha de leitura... tens a Luz nas palavras e a mágia da poesia. Espero contar mais uns vinte anos da minha parte a ler as tuas poesias. E amiga e se um par de óculos não chegarem que me tragam os binóculos!
Um Beijinho gr@@@
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