Não sei onde me procurar...
Pois não me encontro...
Mas não desisto de me encontrar,
Procuro-me no céu, na lua, no mundo,
Estou perdida, neste caminho, sem fundo.
Alma tão bela, que me encorajas a seguir,
Dá-me um sinal…faz-me partir…
Quero voltar á terra e ter coração,
Quero ser presente,
Quero ter passado,
Quero sonhar o futuro,
Mas quem não sente
Que é amado,
Não escarpa o muro,
O Passado morreu,
Presente está perdido como eu,
E o futuro?
O futuro viaja nas veias do pensamento,
Espero por ele em cada lamento,
Pode ser uma ilusão, mas alimenta,
Entristece, angustia mas complementa.
Jamais direi adeus ao sonho…
Mas…onde se alojou o sonho?
Está em mim algures, onde não me encontro…
No pensamento?
No coração?
Eu sei que há solução,
Mas dorme comigo a solidão…
Será que viver não tem sentido?
Será que não há mais nada para procurar?
Há sim… e por isso me procuro…
Em estrelas cadentes de alva luz…
Em negros filamentos de malfadada cruz.
Como posso encontrar os outros…
Se nem eu própria me encontro?
Procurei-me em todo lado,
Mas acabei por me achar.
Encontrei-me em mim mesma…
E ao meu encontrar eu te descobri…
Descobri ao acalmar o coração,
Que sempre estiveste aqui.
Descobri, que jamais me encontraria,
Se não te encontrasse a ti
Por isso alma...vai-te encontrando,
Porque a vida vai passando,
E eu não vou voltar a perder o seu comando!!!
A. Victorino
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