Tu és aquela perfeita poesia
Que eu jamais saberei criar,
De uma furiosa harmonia,
Que tua alma consegue espelhar.
O amor nasceu numa noite fria,
Que o sol não tardou em aquecer,
E em que a lua fez a fantasia
De não deixar voltar a escurecer.
Procurei-te atrás de cada sombra,
Entre a multidão que dançava em euforia,
O chão parecia tela de alfombra,
Que pisei com pasmos de imensa alegria.
Juntos existimos numa alma unida,
Com que exploramos a rua deserta,
Em busca da liberdade indefinida,
Que alguém guardou em parte incerta.
A noite desfalece serenamente,
Mas mesmo assim eu acredito,
Que tu vais viver eternamente,
No olhar oculto deste meu grito.
Agora a manhã nasce impaciente
E o sol repete o gesto infinito
Que eu persegui desde sempre,
E que mora na alma onde eu habito.
A. Victorino
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