Não sei como fizeste desta vez, amor,
Mais uma vez fui tramada pela vida,
Não quero mais pagar com dor,
Momentos de felicidade comedida!
Mais tarde, percebi o impossível,
Que o amor não respeita regras ou condições,
Meu pensamento mais sólido e visível,
Derretendo sem piedade em nossos corações!
Hoje eu olho para ti ali dormindo,
E penso que o teu lugar sempre foi só um,
Fugimos anos, tentamos fugir, fingindo,
Mas acabas aqui, vivendo um sonho comum!
Eu olho pela janela, à espera de te ver chegar,
A distância entre nós foi quebrada como cristal,
Eu sei que vens e não me canso de esperar,
Mesmo quando chegas, sem me dar nenhum sinal!
O cachorro ladra, como ladrou outrora,
As flores se abrem e eu inalo seu perfume,
O mundo segue o seu rumo lá fora,
E tu me abraças, sem memória nem queixume!
E aqui estou eu, quis ficar para assistir,
Como se outra fosse, naquela bendita hora,
A sombra de mim que comigo quis sentir,
Lábios doces, que me beijam como outrora!
A. Victorino
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