Eu, filha de um triste fado,
De uma paixão já esquecida,
Vivo em conchas de solidão,
Até que o amor que anseio,
Deixe o seu templo sagrado,
E entre em meu coração
Para me libertar para a vida.
O amor chega…
Em seu trem carrega flores,
Velhas memórias de prazer,
Histórias de antigas dores,
Que acabei por esquecer,
Liberto-me enfim da timidez,
Ouso praticar a minha coragem,
No resplendor de luz do amor,
Embarco em louca viagem.
Meu anjo finalmente chegou,
O anjo que tanto ansiava,
Quem me ensinou a voar,
A não temer muito amar,
Prometeu que nesses dias,
Em que a tempestade chegasse,
Com suas asas gentias,
Teria quem me abraçasse!
A. Victorino