De repente, me surgiu ele vindo do nada,
Deu-me um brilho que eu não tinha até então,
De mansinho acomodou-se, tornou-me amada,
E hospedou-se meio sorrateiro neste meu chão!
Deu-me as estrelas, tornou minha noite iluminada,
Quando apareceu, era só breu e solidão,
Reconstruiu, dia após dia, a íngreme escada,
Fez um caminho sem fim de linha, nem corrimão!
Por mais que tentasse fugir aos seus carinhos,
Amedrontada, por não querer iguais caminhos,
Com minha alma agrilhoada em pranto e dor…
Mas sua luz me encarcerou nesta prisão,
Com algemas doces que não sei se se abrirão,
Pois a chave que as trancou se chama amor!
A. Victorino